Sanear Marajó: projeto visa tecnologias sociais de água e saneamento para fortalecer cadeia do açaí, no Pará

  abril 12, 2023

Brendhon Pardim, gerente da agência do Banco do Brasil em Portel, e Manuel Amaral, coordenador geral do IEB. Foto: Rafaela Ferreira / IEB

 

Com vistas no fortalecimento e estruturação da cadeia do açaí na Região Amazônica, o projeto “Sanear Marajó: inclusão socioprodutiva por meio da estruturação da cadeia produtiva do Açaí” é uma ação do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), que conta com apoio do Fundo Amazônia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundação Banco do Brasil e Fundo Socioambiental da Caixa.

Parte da estratégia do projeto consiste em implantar tecnologias sociais de saneamento, abastecimento de água potável de qualidade, sistemas agroflorestais e cozinhas agroextrativistas, contemplando famílias e comunidades dos municípios de Breves, Portel e São Sebastião da Boa Vista, do arquipélago do Marajó, no Pará.

No último dia 25, o Sanear Marajó foi lançado em um evento que reuniu cerca de 50 pessoas de 23 organizações, entre associações comunitárias, produtoras e produtores agroextrativistas, instituições públicas e outras organizações da sociedade civil, no município de Portel (PA), para debater uma agenda socioambiental para o Marajó.

Durante o evento, foi realizada uma ação de educação socioambiental com plantio de mudas de Ipê Amarelo (Handroanthus albus) na praça do bairro Cidade Nova, em parceria com a Prefeitura de Portel e organizações de Projetos Estaduais de Assentamentos Agroextrativistas (Peaex).

O gerente geral da agência do Banco do Brasil de Portel, Brendhon Pardim, participou do evento e ponderou o potencial de desenvolvimento que o projeto pode impulsionar: “O trabalho nesses setores vai fortalecer cadeias de valor, como a do açaí. Isso reflete no desenvolvimento da região, desenvolvimento a partir dos lares das pessoas”.

Além da implantação das tecnologias sociais, o projeto também prevê formações para lideranças agroextrativistas e, atualmente, está levantando informações socioeconômicas e ambientais na região. O objetivo é impulsionar melhorias da qualidade de vida e nos padrões de produção e gestão de empreendimentos comunitários desenvolvidos pelas famílias.

Coordenadora da Cooperativa Manejaí e da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Alto Pacajá, em Portel (PA), Gracionici Corrêa destacou a importância dos processos formativos no projeto. “Esse tipo de ação traz um reconhecimento do potencial humano, produtivo e ambiental que existe dentro dos nossos territórios. E os processos formativos trazem uma abordagem da educação do campo, voltada para fortalecer a juventude, as mulheres, os mais velhos”, comenta a liderança que também é assistente social.

O Sanear Marajó se dá em consonância com outros projetos do IEB na região, ligados à restauração florestal e regularização fundiária. “O Marajó tem sido uma região muito impactada por essa frente do desmatamento, mas a gente tem que pensar como os órgãos públicos e uma grande parceria do conjunto da sociedade reagem para mudar esse cenário. O manejo sustentável da floresta, por meio de planos de manejo e sistemas agroflorestais, é um caminho bastante promissor”, avalia o coordenador geral do IEB Manuel Amaral.