Em fevereiro deste ano, foram entregues as primeiras tecnologias sociais de acesso à água e saneamento do projeto “Sanear Marajó Socioambiental”, desenvolvido pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), em parceria com o Fundo Amazônia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundação Banco do Brasil.
Na Tecnologia Sanear, cada família recebe um banheiro, equipado com sanitário, chuveiro, pia e fossa biodigestora, um sistema de captação da água da chuva e um conjunto de pia com filtros para garantir consumo de água limpa e de qualidade.
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Nesta primeira etapa, 14 famílias receberam a tecnologia social, na comunidade Santo Ezequiel Moreno, no município de Portel (PA), no arquipélago do Marajó. Além de Portel, comunidades de Breves (PA) também serão beneficiadas.
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Além do módulo individual, que equipa cada uma das casas, a comunidade também recebe um módulo comunitário da Tecnologia Sanear, um sistema de captação de água de poço artesiano profundo, tratamento, armazenamento e distribuição às casas da comunidade. Considerando os módulos individual e comunitário, as famílias poderão ter acesso a água para beber filtrada em até quatro etapas.
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As condições de acesso a água e saneamento são bastante desafiadoras nessa região. De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), cerca de 82% da população de Portel não tem rede de coleta e tratamento de esgoto; em Breves (PA), esse índice chega a 88% da população.
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Em Portel (PA), cuja população é de 62,5 mil habitantes, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, apenas 12% da população é atendida pelo serviço de abastecimento de água da Companhia de Saneamento do Pará; em Breves (PA), dos quase 107 mil habitantes, 24% tem acesso a este serviço.
Na comunidade Santo Ezequiel Moreno, embora as famílias vivam à beira do rio, o acesso a água de qualidade é um desafio. “A água do nosso rio não é de qualidade ainda. Com o projeto Sanear, vai melhorar nossa qualidade de vida, a qualidade da nossa alimentação, dos nossos produtos, como açaí, bacaba, macaxeira”, afirma a moradora Telma Gomes.
Ao longo deste ano, um total de 200 famílias, residentes em quatro comunidades do Marajó, serão beneficiadas com a Tecnologia Sanear. O projeto também prevê implantação de outras duas Tecnologias Sociais: as cozinhas agroextrativistas comunitárias e os quintais produtivos com plantio de espécies frutíferas e agroflorestais.
O objetivo do projeto Sanear Marajó Socioambiental é promover a inclusão socioprodutiva de famílias ribeirinhas e agroextrativistas por meio do fortalecimento da cadeia do açaí na região.