IEB, OPAN e Associações Indígenas do Sul do Amazonas planejam primeiro ano de projeto sobre gestão territorial integrada

Reunião de Planejamento Ano 1 – Nossa Terra, Nossa Mãe. Humaitá (AM). Fotos: Webert da Cruz / IEB

Por Webert da Cruz / PPI

O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), em parceria com associações indígenas do Sul do Amazonas e a Operação Amazônia Nativa (OPAN), estiveram reunidos entre os dias 4 a 5 de abril em Humaitá (AM) para planejar o primeiro ano do projeto “Nossa Terra, Nossa Mãe – Gestão Territorial Indígena Integrada”. Este projeto é apoiado pela Parceria para a Conservação da Biodiversidade na Amazônia (PCAB), da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no Brasil.

Durante o encontro, realizado em Humaitá (AM), participaram representantes de associações indígenas, incluindo a Associação do Povo Indígena Jiahui (APIJ), a Associação do Povo Indígena Tenharin Morõgitá (APITEM), a Associação Indígena do Povo Tenharin do Igarapé Preto (Apitipre), a Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus FOCIMP), a Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi (OPIAJ), a Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi de Boca do Acre (OPIAJBAM), a Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira (OPIAM), a Organização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas (OPIPAM) e a Associação do Povo Indígena do Lago Capanã Mura e Munduruku (APILCAMM).

Além das associações indígenas, a OPAN uniu-se ao IEB para discutir estratégias de gestão territorial indígena na conservação da biodiversidade e na promoção do bem-estar dos povos originários. O enfoque especial foi dado ao apoio da USAID e à cooperação Brasil-EUA no sentido de fortalecer o aspecto institucional das associações.

“A gente não tem que fazer nada pensando só no hoje, tudo que vamos fazer é pensando no futuro. Porque se você for fazer uma coisa pensando só no hoje, você engessa. Nós estamos aqui pelas nossas ações do nosso passado”, afirma Zé Bajaga Apurinã, Cacique da Aldeia Idecorá da Terra Caititu e Coordenador Executivo da FOCIMP.

A atividade de planejamento junto às nove associações indígenas parceiras ocorreu num contexto de muito aprendizado e troca de conhecimentos. “Com o acúmulo de experiências ao longo de mais de 15 anos de parceria foi possível realizar um planejamento coletivo maduro, com o protagonismo indígena para pensar as ações do projeto Nossa Terra, Nossa Mãe” afirma Cloude Correa, antropólogo indigenista e da coordenação colegiada do Programa Povos Indígenas do IEB.

Inicialmente, foram planejadas as atividades para o primeiro ano, mas o projeto será executado ao longo de cinco anos, o que traz mais condições de atingir resultados consistentes e duradouros. “O planejamento participativo tem sido fundamental para o processo de governança das ações, realizada pelas associações indígenas ao longo de todo o projeto”, conta Cloude.

Durante todo os dias os participantes concentraram-se no planejamento detalhado do primeiro ano do projeto Nossa Terra, Nossa Mãe, apoiado pela USAID. Durante as discussões, ficou evidente a importância do fortalecimento institucional das organizações indígenas para a proteção das terras indígenas para a conservação da biodiversidade da Amazônia e na proteção dos modos de vida originários e, principalmente, da ampliação de outros processos e temas como geração de trabalho e renda, comunicação e mudanças climáticas.

Lançamento

A iniciativa Nossa Terra, Nossa Mãe busca reconhecer e empoderar os povos indígenas como protagonistas na conservação ambiental, com ênfase especial no papel vital das mulheres indígenas e na necessidade de terras indígenas protegidas para garantir um futuro sustentável. O projeto será lançado durante o Acampamento Terra Livre 2024 em Brasília (DF), na tenda da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) dia 24 de abril.

Este encontro marca a continuação de uma colaboração significativa entre o IEB, as associações indígenas e as organizações indigenistas parceiras, com o objetivo de fortalecer a conservação ambiental e promover o bem-estar dos povos originários.

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