Projeto no Amapá apoia o acesso de agricultoras ao PAA

  setembro 23, 2020

O trabalho conjunto entre a Associação de Moradores e Agricultores Familiares da Comunidade Rio Bacaba (Agrobacaba), Associação da Escola Família Agroecológica do Macacoari, técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá no Amapá (Rurap) e equipe do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), viabilizou o cadastro  de mulheres agricultoras para acessar a 2ª chamada pública do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) lançado  pela Rurap no mês de julho.

Persistência

A conquista do grupo de agricultores (as) da Agrobacaba veio através da persistência. “Tentamos a chamada pública da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a primeira chamada do Rurap, mas não conseguimos. Agora tivemos sucesso e incluímos  agricultoras no PAA”, conta o presidente Agrobacaba, Ronison Costa.

Para as famílias da associação localizada no distrito de Carapanatuba o acesso significa comercialização com valores mais justos. “Atualmente vendemos nossos produtos para atravessadores por um preço muito baixo. Devido aos custos de logística temos prejuízo quando levamos a produção diretamente para a capital”, explica a agricultora e secretária da associação, Deurizete Araújo.

A comunidade rio Bacaba está cerca de três horas e meia de Macapá. O acesso é por barco. Em uma conta genérica, considerando apenas os custos com combustível, os (as) agricultores (as) gastam em torno de R$ 400,00 para chegar na capital. “Não temos um local fixo para vender aqui na região. Se não fosse o acesso ao PAA nossa produção correria o risco de se estragar”, ressalta Ronison.

Protagonismo feminino

Dependendo da intensidade de chuvas a associação busca fornecer entre dez e 15 toneladas de alimentos. A melancia é um destaque, junto com a banana, melão, milho, batata, cheiro verde, dentre outras frutas e hortaliças.  A proposta apresentada ao PAA envolve somente mulheres, 38 no total. Elas estão à frente da produção.  “Nossa associação possuí quase cem associados (as), sendo 51 agricultoras. Duas integram a diretoria, incluindo a vice-presidente”, indica Deurizete.

O grupo participa do projeto Mulheres e Cadeias Produtivas no Amapá, desenvolvido pelo IEB. “Nossa incidência no estado busca contribuir para o protagonismo de mulheres na economia local e enquanto sujeitos ativos em processos de desenvolvimento territorial com base na sustentabilidade”, explica a analista Socioambiental do IEB, Ruth Corrêa. “Somente com o esforço da Associação teríamos dificuldade de acessar o PAA. O IEB nos ajudou bastante, inclusive com recursos para o deslocamento até Macapá”, afirma Ronison sobre o apoio do Instituto.

PAA-RURAP

Ao todo a 2ª chamada pública do PAA/ Rurap cadastrou trinta e oito agricultoras familiares da região do Beira Amazonas, das comunidades São Tomé do Macacoari, Foz do Macacoari, Ipixuna Grande e Bacaba. Serão adquiridos alimentos sem veneno plantados por mulheres e suas famílias. A produção irá abastecer entidades da rede socioassistencial que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar, bem como, da rede pública de ensino.