IEB realiza segundo mapeamento de castanhais em terras indígenas do Amazonas

  maio 23, 2019

O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), em parceria com a Organização do Povo indígena Parintintin do Amazonas (OPIPAM) e Associação do Povo Indígena Jiahui (APIJ), realizou entre abril e maio, no Amazonas, a II excursão de Vigilância Territorial para o mapeamento de castanhais nas Terras indígenas Nove de Janeiro, Ipixuna e Juahui. A atividade é parte do Projeto Gestão Territorial Indígena no Sul do Amazonas (SulAm Indígena), executado pelo IEB com apoio do Fundo Amazônia.

Indígena da aldeia Canavial georeferenciando a castanheira

Ao todo, 57 técnicos, indígenas e lideranças participaram da ação, que tem o objetivo de garantir a preservação das florestas por meio do manejo sustentável, além de promover o desenvolvimento regional.

Na atividade foi realizado o georreferenciamento das árvores com auxílio de GPS. As equipes fazem uma descrição minuciosa das características físicas dos castanhais e o posicionamento em relação à floresta.

Trabalhos nos territórios

Na Terra Indígena Ipixuna foi realizado o mapeamento das pontas do Porco Grande e Lobato, do castanhal Miriti, localizado no Igarapé Miriti. Ali, 121 castanheiras passaram pelo georreferenciamento e a estimativa de coleta é de 73 latas de castanhas da Ponta Lobato e 137,5 latas de castanha da Ponta do Porco Grande, o que foi considerada uma boa safra.

Indígenas da TI Ipixuna deslocando para o castanhal

Na TI Nove de janeiro, onde trabalham 10 famílias da aldeia Pupunha, foi realizado o mapeamento do castanhal do Carmo, localizado no Igarapé Grande. Foram observadas 245 castanheiras e a estimativa de é colher 839,50 latas de castanha na safra de 2018/2019. O morador da Aldeia Pupunha, Manuel Torá, destacou a importância da preservação do local, fonte de renda para seu povo.

“Agradecer a Deus por ter proporcionado bons dias de trabalhos, pela parceira do IEB com o povo Parintintin, esse trabalho aqui no castanhal do Carmo vem mostrar que o povo Parintintin ocupa e trabalha nessa área de castanhal. Mesmo que esse castanhal tenha ficado fora da terra indígena durante a demarcação, mas a verdade que esse castanhal faz parte da história do povo Parintintin, onde o avô e bisavô da minha esposa coletavam a castanha, ocupando também essa parte do Igarapé Grande.”

Na TI Jiahui foi realizado o mapeamento do castanhal Serrinha, localizado no Igarapé, com a análise de 298 castanheiras e uma estimativa de colheita de 271 latas de castanha, na safra de 2018/2019.

 

Análise dos castanhais

Os itens analisados no mapeamento foram a circunferência das árvores; classificação do estado das copas, se estão perfeitas, toleráveis ou pobres; e classificação das copas das castanheiras em relação à altura da floresta, se as árvores seriam dominantes, codominantes, intermediárias ou suprimidas.

Indígenas da aldeia Canavial mensurando a castanheira com auxílio de uma trena

Durante o trabalho, os indígenas ainda observavam a existência de cipó no tronco ou na copa, se havia cupim, fungos ou tronco quebrado; estimaram a quantidade de latas coletadas por árvore, referente à safra passada; e realizaram os tratamentos silviculturais das castanheiras, como a limpeza perto da base das árvores e corte dos cipós.

No último dia de cada atividade, o técnico de campo e a equipe de trabalho fazem um balanço das atividades de mapeamento dos castanhais. Os dados serão trabalhados pelos agentes ambientais e irão compor uma parte do SIG (Sistema de Informação geográfica) das Associações Indígenas. As informações coletadas no campo serão sistematizadas em um banco de dados, que subsidia a elaboração de relatórios e mapas com informações das atividades produtivas.

Sobre o projeto

O Projeto Gestão Territorial Indígena no Sul do Amazonas (SulAm Indígena) tem o objetivo de apoiar a implementação de PGTA’s nas terras indígenas localizadas na bacia do Rio Purus (TI Boca do Acre, TI Apurinã Km 124 BR-317, TI Água Preta/Inari e TI Caititu) e na bacia do Rio Madeira (TI Jiahui, TI Nove de Janeiro e TI Ipixuna), além de apoiar  a elaboração do PGTA da TI Tenharim do Igarapé Preto. Executado pelo IEB com o apoio do Fundo Amazônia e em parceria com seis associações indígenas da região: APIJ, OPIPAM, APITIPRE, FOCIMP, OPIAJ e OPIAJBAM, tem como meta principal a implementação da PNGATI e o fortalecimento das associações indígenas, através da formação continuada de seus gestores, apoio à infraestrutura e a formação de agentes ambientais indígenas.