IEB marca presença no XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia

  agosto 22, 2018

Na semana de 7 a 10 de agosto, o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) participou  do XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia e XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia, em Belém, no Pará. O Instituto apoiou o evento e liderou discussões temáticas em sessões da programação do Congresso, que reuniu mais de 1,5 mil pessoas de 40 países.

Organizado pela Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi, em colaboração com a Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e a Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE), o evento tem como objetivo refletir sobre a Declaração de Belém e o campo da Etnobiologia ao longo dos últimos trinta anos. O foco é demonstrar os avanços e desafios científicos, éticos, jurídicos e políticos relacionados aos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade.

O tema central “Belém +30” remete ao primeiro Congresso Internacional de Etnobiologia, que culminou na Declaração de Belém. O documento é pioneiro ao tratar da conexão entre os povos tradicionais e a biodiversidade, reivindicando seus direitos sobre territórios, recursos naturais e conhecimentos ancestrais.

Neste contexto, o IEB realizou a Sessão Satélite intitulada “Em defesa do território de comunidades e florestas na Amazônia” para discutir os principais entraves e estratégias para o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis como o Açaí, Castanha, Andiroba e Madeira para o enfrentamento político e econômico das comunidades e defesa de seus territórios. A sessão reuniu representantes de povos e comunidades tradicionais e entidades do setor.

No Programa de Sessões Organizadas, o coordenador do Programa Povos Indígenas, Cloude Correia , apresentou as experiências de gestão territorial e terras indígenas no Sul do estado do Amazonas a partir de desafios como o avanço do desmatamento; as múltiplas parcerias entre instituições governamentais, não governamentais, associações indígenas e extrativistas; o cuidado para não gerar uma fragmentação ou distorção do modo como os indígenas percebem seu meio ambiente.

Ele explicou que o atendimento às demandas de formação devem produzir conhecimento a partir do mundo que circunda os indígenas e suas relações sociais. “O saber indígena acontece em diálogo com outros saberes, pois o aprendizado ocorre no encontro com o outro, aqueles com quem se interage, além da transmissão de conhecimento entre gerações.”

Outras contribuições das ações desenvolvidas pelo Programa Povos Indígenas na formação e gestão territorial se deram com o processo de defesa e proteção do território e dos recursos a partir do protagonismo e a autonomia dos povos indígenas no sentido de reduzir as pressões do entorno, fortalecer as organizações indígenas.

A coordenadora adjunta do Escritório Regional de Belém, Katiuscia Miranda, ainda apresentou trabalhos em formato pôster sobre os temas: protagonismo das mulheres na produção e comercialização de produtos agreocológicos para o mercado institucional; e a organização comunitária para a gestão socioprodutiva dos recursos florestais em Unidades de Conservação na Amazônia.