Mais de 40 indígenas das etnias Apurinã e Jamamadi se reuniram na Terra Indígena (TI) Água Preta/Inari, no sul do estado do Amazonas, próxima ao município de Pauini, entre os dias 9 e 12 de março, em um encontro de intercâmbio e trocas de experiências dos agentes ambientais indígenas.

A iniciativa também integrou o encerramento de atividades do SulAm Indígena, projeto que se iniciou em 2017, apoiado pelo Fundo Amazônia (FAM) e executado pelo IEB, para promover a implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em terras indígenas (PNGATI) e o fortalecimento das associações indígenas no Sul do Amazonas.

Na ocasião, os agentes ambientais indígenas e os presentes compartilharam experiências de monitoramento e identificação de seus territórios. Foram compartilhados depoimentos sobre iniciativas de preservação e proteção de espécies ameaçadas na região, como o peixe matrinchã e o tracajá.

“Nosso papel, como agente ambiental indígena, é o de garantir o espaço e o direito ao território para a nossa comunidade. Precisamos ter a liberdade de viver, de andar, de ir e vir nessa terra. Queremos que as futuras gerações continuem usufruindo essa terra durante muitos anos”, declarou Maronilde da Silva Lopes Apurinã, agente ambiental da TI Água Preta/Inari.

Participaram do encontro: a Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi (Opiaj), a Federação das Organizações e Comunidades do Purus (Focimp), a Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai, o vereador Alex Apurinã, a Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas (Semai) e o IEB.

“Ver tantos guardiões da mata juntos, a autodefinição que vem se fortalecendo em Pauini, é mais uma demonstração de resistência indígena, e isso renova a nossa esperança no futuro, diante do cenário desastroso em que vivemos. Que a força desse coletivo movimente e transforme o mundo pelos bons exemplos de respeito e de cuidado com a Terra”, afirmou Chris Lopes, analista socioambiental do IEB.

fotos: Luana Luizy